PROFESSOR TAJÚ E A ESCOLA
NACIONAL DE ARTES VISUAIS
Uma,
senão a única, instituição pública de ensino artístico-profissional do país é a
Escola Nacional de Artes Visuais (ENAV), pertencente ao Ministério de Cultura e
Turismo. Fundada em 1983 com o nome de Centro de Estudos Culturais, evoluiria
para o actual formato como uma instituição artístico-profissional de nível
médio, vocacionada para a formação de técnicos em Cerâmica, Artes Visuais,
Artes Gráficas, Têxteis e Formação de Professores de Educação Visual para o
ensino público.
De
tamanho (espaço), pequeno a ENAV é, porém, um gigante formador de muitos dos
grandes artistas nacionais e internacionais, de técnicos profissionais nas
diferentes áreas e fornecedor de professores competentes e motivados para as disciplinas
de Desenho e Educação Visual e para outras áreas, muitos deles actuando como
empreendedores.
Com
carácter profundamente interventivo, a ENAV marca sempre presença em eventos
artístico-culturais onde, por iniciativa própria ou como convidada, participa
activamente com trabalhos artísticos, muitos deles de exposição pública, feitos
pelos seus estudantes e/por orientação dos seus professores.
Mas
o que tem a ENAV a ver com o Professor Tajú para ser chamada para este blog dos
Amigos do Professor? Poucos sabem, de facto, desta relação entre eles (ENAV e
Professor Tajú) ao ponto de se puder afirmar categoricamente que o Professor
Tajú está também na base de sucesso desta Escola. É que, muito cedo, por
interesse de ambas partes, estabeleceu-se um parceria entre eles baseada na
vocação de cada parte: o Professor Tajú, interessado em promover o contínuo desenvolvimento
artístico dos seus alunos talentosos em artes na Noroeste 2 e a ENAV, em proporcionar
uma formação artístico-profissional de qualidade mas a partir de estudantes que já
demonstrassem algum talento e vocação para as artes. É aqui onde entra o
Professor Tajú. Quis o bom destino que estes dois se atraíssem e se reconhecessem.
Assim, o Professor Tajú encontrou uma feliz oportunidade de orientar os seus
estudantes talentosos para esta Escola, tendo esta baseado o recrutamento dos
seus estudantes aos que eram enviados pelo Professor Tajú.
Foi
o resultado desta parceria que fez com muitos dos grandes artistas e artístico-profissionais
tivessem partido das mãos e escrutínio do Professor Tajú. Como exemplo vivo
desta contribuição do Professor Tajú, muitos dos actuais, técnicos, professores
e artistas famosos foram estudantes da ENAV aqui chegados pela sua mão muitos
antes de os próprios petizes tivessem a consciência dos seus talentos e até
tivessem amaldiçoado o seu tutor, o Professor Tajú, pela sua “triste” sorte.
De
entre alguns destes professores e artistas que chegaram pela mão do Professor
Tajú, pode se referir os seguintes. O menino e estudante da Noroete 2 Víctor
Sala completou o nível médio em Cerâmica e depois tornou-se professor e Director
da mesma. Continua um activo profissional de cultura e artes em diferentes
áreas e níveis. O menino Celestino Mondlane, seleccinanado sem que ainda reconhecesse
o talento artístico em si, graduou-se nesta Escola em Cerâmica, é professor de Cerâmica
na mesma Escola e é, actuamente, um dos gigantes artistas em Cerâmica de
reconhecido valor nacional e internacional. Além das suas gigantescas
esculturas africanas, é um artista plástico com uma notável sensibilidade
técnica peculiar com temática associada à sua formação superior em História. O
curso de Artes Vsuais é assegurando por aquele que também foi um dos meninos
talentosos do Profesor Tajú na Noroeste 2. Trata-se do professor Mabasso. Um
dos professores que não se cansa em elogiar a obra do Professor Tajú para o
desenvolvimento das artes e para si própria é a professora e artista Cármem
Muianga. Seleccionada pelo Professor Tajú para esta Escola, nesta, depois da conclusão
do seu curso de nível básico em Artes Gráficas, teve uma bolsa estudos em Cuba
onde se graduou em artes e depois voltou para se tornar professora na ENAV. Quis
também o destino que, em algum momento, fosse professora na mesma Noroeste 2,
ao lado seu antigo mestre Tajú. Esta professora é uma das distintas artistas moçambicana,
especializada em xilogravura, e com muita e vasta obra feita e exposta nacional
e internacionalmente.
O
projeto de parceria Tajú - ENAV, interrompido há algum tempo, foi recentemente recordado
com alguma nostalgia como uma das apostas a ter que se redimensionar, para se
enfrentar um dos desafios que a Escola enfrenta actualmente no que concerne à
política de ingresso aos diferentes cursos oferecidos pela instituição. No
encontro de professores, dirigido pela Directora da ENAV, dra Ricardina
Manhendje, foi recordado o nome e a obra do Professor Tajú como uma mais valia
para a Escola nesse aspecto, nos dias que correm.
Tudo
isto é mais que suficiente para se reconhecer a contribuição do Professor Tajú
no desenvolvimento desta Escola e, consequentemente, das artes moçambicanas, como
dinamizador e formador fazedores das artes, alem de que ele mesmo foi estudante
desta mesma Escola, antes de se licenciar pela Universidade Pedagógica em
Ensino de Artes.
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Cármen Muinga (1ª da esquerda). Professor Tajú
(sentado) na Noroeste 2
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Uma obra da professora e artista Cármen Muianga |
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O professor e artista Celestino Madaulane |
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Um quadro do artista Celestino Mudaulane |
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Uma obra de escultura do professor e artista Celestino Mudaulane |

Victor Sala, Director da ENAV, usando de palavra na exposição doartista e Professor Macringue, na ENAV
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Artista e Professor Macaringue da ENAV, expositor |